quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A cidade do Sol

"Uma jovem Mariam está sentada junto à mesa, fazendo uma boneca à luz de uma lamparina a óleo. Está cantarolando. Tem o rosto suave e juvenil, o cabelo foi lavado e está penteado para trás. E não lhe falta nenhum dente. Laila a vê colar pedaços de lã na cabeça da boneca. Em poucos anos, essa menina vai ser uma mulher que pede muito pouco da vida, que nunca incomoda ninguém,que nunca deixa transparecer que ela também tem tristezas, desapontamentos, sonhos que foram menosprezados. Uma mulher que vai ser como uma rocha no leito de um rio, suportando tudo sem se queixar. Uma mulher cuja generosidade, longe de ser contaminada, foi forjada pelas turbulências que se abateram sobre ela. Laila já consegue ver algo nos olhos daquela meninairque, algo tão arraigado que nem Rashid nem os talibãs conseguiram destruir. Algo tão rijo e inabalável quanto um bloco de calcário. Algo que, afinal, acabou sendo a sua ruína e a salvação de Laila. A menina ergue os olhos. Deixa a boneca de lado. E sorri. 'Laila jo?'"
Ganhei este livro de aniversário de uma grande amiga há alguns anos. Li e depois que acabei percebi o quanto tenho uma vida maravilhosa.Khaled Hosseni, o mesmo autor de "O Caçador de Pipas", conta uma história encantadora que acaba por enlaçar o destino de duas mulheres:Málika e Laila através de um casamento com um homem que vai mudar a vida de ambas, onde elas passam a conviver na mesma casa e tem de lidar com as grosserias, para ser mais delicada, de Rashid.
Uma linda amizade surge entre as duas e até me arrisco a dizer que essas páginas contam, na verdade uma história de amor diferente das tradicionais "água com açucar".

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